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Cap. 75

Ilustração com um fundo preto. Na parte inferior, está a silhueta de metade do corpo de uma mulher de costas, vestindo um espartilho vermelho e ollhando para um grande barril preto e vermelho localizado à frente dela.

No casebre, Garth caminha ao redor de Lucretia, mantendo-a na mira do rifle e conferindo se ela está com as mãos dentro do barril, conforme ordenado.

Garth: — Tá certo! Pode tirá as rôpa devagar (essa palavra sai em tom mais alto) e entra no barril.

Lucretia começa todo o ritual, sem pressa, procurando o momento de reverter a situação:

— Vai demorar um pouco, querido. Tem muita roupa pra sair.

Garth observa em silêncio, mas sua respiração entrega sua excitação com o momento. Não se trata de algo meramente sexual, mas da sensação de poder e dominância.

Coitado dele. Pobre ilusão.

Caem as meias, a saia, pantaloons, casaco, blusa, restando apenas o maldito espartilho.

Lucretia provoca: — Agora vou precisar da sua ajuda para desamarrar.

Garth, ofegante e desconfiado, se aproxima um pouco, examinando a situação e as costas de Lucretia.

Ele se aproxima mais e espia pelo lado o corpo dela debruçada no barril e um detalhe atrai seu olhar e atenção: — Ocê é um...

— Uma pessoa maravilhosa? Sim querido, eu sou! – interrompe Lucretia, virando-se de frente para ele e convidando: — Gostaria de me conhecer melhor?

Garth nem disfarça o olhar arregalado que o faz baixar a arma: — Mas ocê tem um...

Lucretia aproveita o momento e desfere um gancho de direita no estômago do ruivo: — Tenho. Um grande, enorme e gigantesco ódio de gente preconceituosa.

Garth tenta se levantar e apontar a arma, mas outro soco, dessa vez no queixo, o joga para trás enquanto a arma cai ao lado do barril, próxima a Lucretia.

Ela pega o rifle, mas pondera: “Não, o barulho vai alertar os outros”.

“E isso atrapalharia meu banho”.

Ela parte para cima do homem que, cambaleando, tenta puxar fôlego para gritar por ajuda.

Uma pancada com o cabo do rifle em sua testa o devolve ao chão, mas ele ainda não desiste de tentar escapar e avisar os irmãos, rastejando rumo à porta.

Lucretia encosta o rifle no barril, pega o homem e o enfia de cabeça na água. Metade do corpo ainda se debate do lado de fora, enquanto ela, por trás, procura manter a cabeça do maldito dentro do barril.

“Ainda bem que não é o gordo”, pensa ela enquanto “Não sei se conseguiria botá-lo aqui dentro”. “Ele, sim, não caberia nesse barril. Hunf!”
 

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